Sala 1, Hard Club - 04/10/2012
Os
Paradise Lost regressaram a Portugal com data dupla, assinalando assim o
início de mais uma digressão pela Europa em promoção do seu 13º álbum,
"Tragic Idol". Depois de terem estado em Lisboa no dia 3 de Outubro,
os britânicos passaram também pelo Porto no dia seguinte. A acompanhá-los como
banda de abertura em ambas as datas estiveram os Soen, que se estrearam
no nosso país.
Devido
a problemas técnicos, as portas da Sala 1 do Hard Club só abriram às 21h30 e
quando os Soen começaram a atuar,
ainda uma longa fila esperava para entrar no recinto. Em palco, os
suecos apresentaram algumas surpresas a nível de formação, com um baixista
substituto a ocupar o lugar de Steve DiGiorgio e um quinto elemento responsável
pelos teclados e pela percussão e vozes adicionais. “Fraktal” e “Fraccions”
deram o mote a uma prestação seguríssima que pouco demorou a cativar o público.
À medida que se iam ouvindo outras canções, como “Delema”, “Oscillation” ou a suave
“Last Light”, tanto Joel Ekelöf como Martin Lopez iam assumindo uma posição de
destaque, o primeiro pela envolvência com que cantava e o segundo pela
complexidade e poder que imprimia na forma como tocava a sua bateria. Já a
encerrar um concerto muito aplaudido, “Savia” sublinhou que há neste projeto uma
identidade própria mais vincada do que se pensa.
Após meia
hora de preparações e já com a sala praticamente cheia, as luzes apagaram-se
finalmente e, ao som de “Desolate”, os Paradise
Lost foram subindo um a um para o palco sob uma chuva de aplausos e
assobios vindos da plateia. Foi ao som da clássica “Widow” que o espetáculo
começou, com Nick Holmes a puxar pelo público desde o primeiro instante e a
receber uma resposta efusiva. Seguiram-se “Honesty in Death e “Erased”, que
corroboraram a excelente entrada do coletivo britânico. Depois, foi altura para
um dos momentos mais especiais da noite. As luzes apagaram-se por breves
segundos e ouviram-se os teclados iniciais de “Enchantment”, uma surpresa para
aqueles que esperavam um alinhamento semelhante ao da noite anterior em Lisboa.
Mais uma vez, os presentes mostraram um apoio incondicional à banda, cantando e
marcando o ritmo com palmas e heys.
Ainda durante a interpretação deste tema, o vocalista recebeu uma ovação depois
de ter oferecido duas palhetas a um fã que exibia um cartaz na fila da frente e
lhe ter dito que eram “10€, por favor”. Apesar de se ter mostrado sempre
bem-disposto e comunicativo, Nick teve dificuldades em imprimir a intensidade
necessária nas suas vocalizações, que revelaram algumas debilidades e se
afundaram aos poucos no poder dos instrumentos dos outros membros à medida que
o concerto decorria. Entretanto, foram-se ouvindo outras canções de um alinhamento
eclético q.b. que englobou clássicos como “Pity the Sadness” ou “As I Die”,
temas da fase eletrónica (neste caso, “Soul Courageous” e “One Second”) e
faixas mais recentes, sendo elas “Praise Lamented Shade” ou “The Enemy”, sem
esquecer, claro, novidades como “In This We Dwell” e “Tragic Idol”. Já em
regime de encore, foram interpretadas
a icónica “Embers Fire”, “Fear of
Impending Hell”, “Faith Divides Us – Death Unites Us” e, em despedida, “Say
Just Words” que pela última vez naquela noite encheu o recinto de fortes
aplausos. É certo que faltaram mais alguns clássicos, mas foram quase 90
minutos de música ao vivo muito bem passados.
Fotografias gentilmente cedidas por Antonio Aguirre (Craneo Metal)
Reportagem originalmente publicada na Infektion Magazine nº18
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