Mnemic, RCA, Corpse Garden
C.C. Stop, Metalpoint - 20/07/2012
Quando já
ninguém acreditava que os Mnemic pudessem visitar o Porto no seu
regresso a Portugal, eis que o quinteto conseguiu à última da hora assegurar a
sua presença no Metalpoint. Com um preço de bilhete muito acessível em tempos
de crise e com os Corpse Garden e os RCA a acompanhar, previa-se
uma noite em grande e uma sala bem composta.
Às 22h20, os
Corpse Garden apresentaram-se diante um Metalpoint quase vazio. Embora o
som embrulhado não permitisse apreciar em pormenor o seu Death Metal técnico,
os costa-riquenhos conseguiram de imediato captar a atenção dos presentes
através de uma prestação e poder admiráveis, que iam tornando o concerto cada
vez mais cativante à medida que este avançava. Perto do fim, depois de terem
sido obrigados a parar devido a problemas técnicos no baixo, que foi inaudível
durante toda a actuação, o vocalista serviu-se da ocasião para contar que os Corpse
Garden iam participar no Wacken Open Air e que, por isso, queriam
aproveitar para tocar ao máximo na Europa até lá, informação que foi recebida
com uma ovação. Com os problemas técnicos aparentemente resolvidos, foram
interpretados os dois últimos temas do seu alinhamento, "Killing in the
Name of God" e "Architects of Deception".
Seguiram-se
os RCA, que levantavam algumas dúvidas relativamente à sua presença no
cartaz. Embora a necessidade de uma banda de covers seja sempre um assunto
discutível, Sérgio Animal e companhia estavam lá para fazer a festa e foi isso
mesmo que fizeram. Com um som um pouco alto mas muito perceptível e com muita
boa disposição, começaram a agarrar o público com um medley dos Iron
Maiden, onde foi possível ouvir excertos de hinos como "2 Minutes to
Midnight", "The Number of the Beast" e "Fear of the
Dark". Depois de mais um medley que passou por "Cowboys from
Hell", "South of Heaven", "Refuse/Resist", entre
outras, a banda mergulhou num longo medley de Metallica que ocupou boa
parte da actuação. A surpresa do alinhamento estava guardada para o fim, com
uma versão de "Sweet Dreams (Are Made of This)" dos Eurythmics, com
Sérgio Animal a incentivar com sucesso os espectadores a cantar o refrão a
capella. Depois de mais um momento de animação, "Ace of Spades",
tocada na íntegra, encerrou um concerto de 45 minutos que passou a voar.
Após uma
breve pausa para a troca de equipamentos e o soundcheck, o recinto já se
encontrava bem composto para receber os Mnemic, que haviam estado em
Lisboa na noite anterior. Sem qualquer cerimónia, a banda subiu ao palco e deu
início ao espectáculo com "Liquid". Seguiram-se "Diesel
Uterus" e "In the Nothingness Black" até Guillaume Bideau
introduzir finalmente a única canção do novo álbum no alinhamento,
"Transcend". Por esta altura, o som já se encontrava equilibrado e o
público parecia estar a adorar o que estava a ver e a boa disposição dos
franco-dinamarqueses, ignorando os pregos valentes de Guillaume nas partes
limpas e a descontracção exagerada do novo guitarrista, mais preocupado em
piscar o olho às miúdas e arranjar o cabelo do que tocar o seu instrumento. O
resto do alinhamento não trouxe grandes surpresas, recaindo nos temas mais
emblemáticos de cada disco, sendo "Door 2.12",
"Meaningless" ou "Ghost" alguns dos exemplos.
"Deathbox" deu por terminada uma actuação de apenas 55 minutos e sem
direito a encore. No fim, todos pareciam satisfeitos com o que tinham
visto, mas se o preço do bilhete tivesse sido outro, talvez o desfecho não
tivesse sido o mesmo.
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